Senhor,

Volve teus olhos para os campos da Terra,
onde ainda se ouvem gritos de dor e
estampidos de guerra.

Dirige teu olhar para os caminhos,
onde tantos continuam sem rumo
e outros fingem viver ao léu, sem prumo, a agredir
e a sofrer, a danar e a fugir.

São muitos cegos angustiados, muitos moucos,
doridos ao extremo a gritar como loucos,
sedentos de atenção, de uma só voz amiga.

Mas, no mundo, Jesus, a viseira, a indiferença
é o que mais intriga
ao pensar que em Teu nome tanta coisa é feita,
templos que são palácios,
incalculáveis fortunas, primorosos discursos, obras de arte.

E ver tanta gente à míngua de bem pouco p´ra viver,
em toda parte...

Senhor,
faz tanto tempo atendias teu povo,
em Betsaida, Jericó, Samaria...

Volta, Senhor, de novo,
abençoa essas almas atordoadas cada dia,
nesse mundo que anseia por roteiro que assegure
entendimento, fraternidade e alegria.

Volta e distende Tuas mãos benditas
que espalhem doces vibrações,
repetindo os gestos teus, bimilenares.

Teu rebanho terreno se debate, entre descrença
e insano materialismo, a chafurdar-se
em lágrimas, conduzindo amargurados corações.

Vem, Jesus,
para que brilhe o Teu nome
a desfazer a sombra que consome
esperanças mundo afora.

Ouve, Senhor,
é o íntimo dos seres que estertora.

É o pranto das almas que Te implora
para que conquiste-nos somente para Ti
e domine-nos, Amigo, triunfal,
inspirando-nos perdão, amor,
felicidade em cada passo,
para que nos guardemos sempre em Teu regaço,
para que em nós seja de novo

Natal