A senha de luz
Nisto todos reconhecerão que sois meus
discípulos: se vos amardes uns aos outros.
Jesus (Jo, 13:55)
 
A senha de luz
 

A missão mais expressiva do Cristo, no mundo, consistiu na vivência do amor nos mais distintos aspectos.

O fato de haver renunciado aos páramos de luz para penetrar a capa do denso psiquismo planetário, a fim de trazer-nos o convite ao crescimento, é sensível demonstração do Seu amor para conosco.

Jesus nos concitou à liberdade, através do conhecimento da verdade; nos propôs o caminhar pelo mundo com prudência de serpentes, mas com a mansidão de pombas tranquilas; nos sugeriu caminhar dois mil passos com quem nos pedisse apenas mil; nos mandou orar pelos que nos perseguissem ou caluniassem... São todas propostas de lucidez, ditadas pelo amor.

O Mestre nos orientou para que fizéssemos a reconciliação com os eventuais adversários, sem perdermos o ensejo em que estamos com eles no mundo; nos ensinou a não julgar o nosso semelhante, uma vez que fazemos sempre cogitações sobre o passo alheio, mas quem sabe, em realidade, é o Criador; nos propôs fazer amigos com as riquezas e valores propriamente do mundo... São orientações nascidas do amor.

O Cristo nos pediu para que nos amássemos uns aos outros do mesmo modo como Ele nos amou, ou seja, profundamente, desinteressadamente, ativamente.

O amor seria a senha luminosa, o signo feliz por meio do qual os Seus seguidores seriam reconhecidos.

Não alegou Jesus que os Seus amigos seriam identificados pelas posições políticas ou econômicas desfrutadas nas sociedades do mundo.

Nunca afirmou o Mestre que os Seus amigos seriam caracterizados pelas hierarquias e poderes tipicamente terrestres sem nenhum valor para a vida imortal.

Jamais se referiu o Cristo que Seus amigos seriam apontados pelo domínio que exercessem sobre os seus irmãos, ou pelo uso calculado e distorcido das Suas palavras, a fim de atender à sede insaciável de imediatismos no jogo das humanas vaidades.

Não disse o Senhor que os Seus amigos seriam encontrados mais numa raça do que em outras.

Enfim, o único sinal capaz de mostrar o verdadeiro amigo de Jesus, em qualquer parte ou em qualquer situação, é o amor com que saiba agir em cada um dos seus movimentos.

Sendo o amor essa energia que impulsiona toda a composição da vida pelos trilhos do progresso, é ele a expressão do próprio Criador. E, por esse motivo, praticar o amor terá que se transformar em ação de tal forma natural, que seja como a própria respiração, sem a qual a pessoa perece.

Jesus é o exemplo maior de amor entre nós na Terra. E uma só virtude é essencial para que sejamos Seus amigos: a capacidade de nos querermos bem, reciprocamente, inaugurando um tempo luminoso para o nosso mundo.


Francisco de Paula Vítor
Do livro Quem é o Cristo?, psicografia de Raul Teixeira, ed. FRÁTER.

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© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014