Zaira Junqueira Pitt
Amélia Zaira Junqueira Pitt, filha de Modesto Antonio Pereira e Zaira Junqueira, nasceu em Rio Claro, SP, às 17 horas do dia 25 de dezembro de 1900.

Foram seus avós paternos João Antonio Pereira e Maria Engracia Pereira e maternos, Francisco Ramiro de Assis Junqueira e Amélia Pimentel de Oliveira.

Contraiu núpcias, em 24 de abril de 1930, com o baiano de origem inglesa Oswaldo Ildefonso Pitt, negociante, passando a assinar Amélia Zaira Junqueira Pitt.

O casal teve uma filha e morou em São Paulo. Zaira desencarnou em 25 de julho de 1973.

Foi no lar paterno que Zaira teve os primeiros contatos com o Espiritismo, através de sua mãe que realizava, no lar, o Evangelho, com a participação de todos os filhos.

Sempre se interessando pelos temas espirituais, na teoria e na prática, Zaira começou a realizar o culto doméstico, uma prática que era comum à época. Fazia leitura do Evangelho com aplicação de passes em adultos e também nas crianças.

Marcantes na sua vida foram as doenças, que afetaram seus irmãos Alfen e Francisco e cuja cura se deu através da Doutrina Espírita.

Alcançada por um câncer na coluna vertebral, aos 40 anos de idade, Zaira recorreu a cirurgias espirituais, através de um médium.  Mas, as fortes dores lhe exigiram o uso continuado, por muitos anos, de incômodo colete.

Pela força de sua grandeza espiritual e somados os acontecimentos tristes com os familiares, Zaira passou a dedicar-se intensamente à prática da caridade, chegando, em alguns momentos, ao acolhimento de necessitados em sua própria casa.

As atividades de Zaira Pitt foram muitas e multiplicaram-se, ao longo do tempo. São inúmeros os casos de pessoas carentes atendidas por sua influência, de médiuns amparados e de instituições espíritas ou de outras religiões auxiliadas.

Os familiares e amigos a observavam sempre ativa e em busca de formas de amparar seus semelhantes. Uma cadeira de rodas aqui, um prato de comida acolá; uma vaga num hospital para um doente, viabilizada com o apoio de amigos; uma ajuda financeira continuada para uma família sem condições de gerar renda...

Tudo isso se viabilizou pelo fato de Zaira, em conjunto com sua credibilidade e confiabilidade de caráter, ter arregimentado pessoas e amigos que a apoiaram. Realizando reuniões em sua residência, para estudo e prática do Espiritismo, fez amizade com inúmeros médiuns e figuras de destaque na sociedade, que, além da participação doutrinária, encampavam suas iniciativas no campo assistencial, para o atendimento aos que lhe batiam à porta ou àqueles que voluntariamente ela ia procurar.

Deixando de realizar reuniões espíritas em sua casa, por orientação espiritual, Zaira frequentou o Centro Beneficente José de Andrade, no bairro de Perdizes, uma obra que ajudou a edificar.

Entre os mecenas da obra caritativa realizada por Zaira Pitt, pode-se citar Ribeiro Branco, diretor, por longos anos, da Johnson & Johnson, que fornecia medicamentos para o tratamento dos hansenianos do sanatório de Pirapitingui. Ele se tornou seu grande amigo e era quem disponibilizava seu carro  para transportar medicamentos e mantimentos arrecadados para aquele hospital. Ribeiro Branco foi seareiro abnegado, que muito ajudou Zaira no atendimento ao pedido de Jésus Gonçalves, para a construção do Centro Espírita Santo Agostinho e do departamento para atender aos doentes visuais do Sanatório de Pirapitingui.

Maria da Conceição da Costa Neves, atriz renomada, que atuou ao lado de Procópio Ferreira e outros artistas, após deixar o teatro, enveredou pelo caminho da política e, como deputada, veio a ser a grande defensora dos direitos dos portadores da hanseníase.

Foram amigos de Zaira, Judith e Procópio Noronha, que tinha estreito contato com  Adhemar de Barros, governador do Estado, que foi acessado, vez que outra, para viabilizar atividades de caridade. Muitos outros ainda existiram como o empresário da Cerâmica Schmidt, os proprietários da Granja Vianna.

Entre inumeráveis personalidades importantes na vida de Zaira, merece destaque o cardiologista Dante Pazzanese, que lhe deu assistência direta e ininterrupta, em seus últimos dias na Terra. Dante organizou uma equipe médica para acompanhar diuturnamente Zaira em sua enfermidade.

Divaldo Pereira Franco, em janeiro de 1951, ao visitar o Sanatório de Pirapitingui, pela primeira vez, foi acompanhado por Zaira, que o conhecera em uma viagem que fizera a Salvador, na Bahia, no ano anterior.

A partir daí, nas idas a São Paulo, para as palestras, Divaldo se hospedava em casa dela.

Zaira mantinha contato habitual com Francisco Cândido Xavier, tanto pessoalmente como através de portadores que levavam e traziam informações.

Ismael Gobbo.
Em 3.1.2017.

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014