Linda Dias de Almeida
Linda Dias de Almeida, uma das conhecidas e respeitadas lideranças do movimento espírita de Birigui, SP, nasceu em 3 de março de 1908, em Matão, SP.

Filha de Felício Luchini e Amélia Travelini Luchini,  teve cinco irmãos. Casou-se com João Dias de Almeida, em 17 de outubro de 1926, na cidade de  São Carlos, SP, onde ele trabalhava como tipógrafo em  empresa que imprimia o periódico espírita O Clarim, editado por Cairbar Schutel. Dessa união tiveram seis filhos.

De São Carlos a família se mudou para São Paulo. Linda, de mediunidade latente,  começou a sentir as primeiras manifestações ostensivas. O esposo, que era  conhecedor dos princípios espíritas, foi buscar orientação em um Centro Espírita. Ali, ambos receberam o chamado, sob orientação de Felicio Luchini, pai e guia espiritual de Linda, para fixarem residência em Birigui, a 516 quilômetros de São Paulo.

Em 5 de janeiro de 1940, pais e filhos desembarcaram na estação ferroviária de Birigui, e deram início às sessões espíritas e de atendimento às pessoas que os procuravam em sua residência.

Estabeleceram-se no comércio com uma loja de presentes e também iniciaram a atividade agrícola, trabalhos que possibilitaram o sustento da família e a arrojada construção da sede do Centro Espírita Amor e Caridade que, fundado aos 28 de janeiro de 1940,  em 1941 estava funcionando no amplo salão recém-construído. 

Em 29 de junho de 1945, inauguraram o Asilo da Velhice e dos Desamparados, pois inexistia qualquer entidade similar em Birigui.

Aos 2 de fevereiro de 1947,  fundaram o Sanatório Felício Luchini, obra destinada ao tratamento de doentes mentais e dependentes químicos em regime de internação, cuja denominação passou posteriormente a ser Hospital Felício Luchini. Para completar a infraestrutura filantrópica, promovida pelo casal Linda e João, através do Centro Espírita Amor e Caridade, foi inaugurado, em 12 de junho de 1949, o Lar José Maria Lisboa, destinado a abrigar crianças desamparadas e prepará-las para a vida em sociedade.

De segunda a sábado, Linda atendia, de manhã e à tarde, as pessoas que vinham em busca de alívio para suas enfermidades, aconselhamento ou orientação, às quais nunca faltaram palavras de consolação, esperança e fé, medicamento espiritual para suas dores morais.

Médium de muitos recursos, as comunicações se processavam através de sua psicofonia inconsciente. Pela mediunidade intuitiva e pela vidência, captava o pensamento dos Espíritos que davam orientação aos trabalhos de assistência a encarnados e desencarnados.

Tempos depois, à prática se aliou o estudo, nas atividades doutrinárias e assistenciais do Centro Espírita.

É difícil traçar o perfil de Linda, com os matizes mais sutis, porque sua personalidade apresentava um conjunto de características, das quais se sobressaíam a firmeza e a doçura; o amor ao próximo e a fé ativa.

Ao abraçar sua missão, adotou o mandamento máximo de Jesus: Amar o próximo como a si mesmo, porque é a mais completa expressão da caridade. Como médium de estirpe, nunca deixou de praticar o bem, consolar os aflitos, acalmar os desesperados, operar reformas morais, amparar e educar o menor abandonado, agasalhar a velhice desamparada, atender aos enfermos, sobretudo no campo da saúde mental, cujas obras assistenciais, construídas ao lado do seu esposo João, bem testemunharam.
Linda desencarnou a 3 de outubro de 2004.

Ismael Gobbo e Nancy Dias de Almeida
Em 2.3.2019.

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014