Iracy Zulmira de Sant’Anna

Foi uma das inolvidáveis tias que brindou a Mansão do Caminho com o exercício da educação e do trabalho, sendo um dos perfumes que nos remetem sempre à caridade e amor ao próximo.

Tornou-se espírita quando acompanhou sua irmã, convidadas por colega de trabalho, espírita, para assistir a uma reunião que se processava aos domingos, na Barão de Cotegipe, no Centro Espírita Caminho da Redenção.

Ouviu Divaldo e ficou encantada, passando a frequentar, aos domingos, sozinha, embora sua irmã e colegas não tivessem sido tocadas, como ocorreu com ela.

Formada em Serviço Social e Filosofia pela Universidade Católica do Salvador, exerceu essas duas nobres profissões com excelência, no entanto, não se eximiu de assumir, em março de 1985, algumas atividades na Mansão, quando recebeu o convite de Divaldo Franco para passar apenas alguns dias, estendidos até hoje...

Começando sua contribuição nas atividades do Círculo de Leitura Espírita, tia Iracy deixou sua marca de zelo e amor pelo trabalho em vários outros departamentos da instituição. Exerceu, por exemplo, o magistério com jovens e crianças da instituição, ensinando-lhes, de segunda a sexta, em horários extraescolares,  língua portuguesa e inglesa, de modo a fomentar o desempenho deles na escola. Prestou auxílio, inclusive, na cozinha geral, quando substituiu a responsável por seis meses, administrando magistralmente a despensa de cada casa-lar. Uma das filhas da Mansão, Margarida Reis, recorda que esteve ao lado da querida Iracy nessa empreitada administrativa na cozinha, e afirma que foi uma das pessoas mais disciplinadas e corretas que eu tive o prazer de conhecer.

No entanto, foi em 1990, que ela recebeu uma mensagem da benfeitora Joanna de Ângelis, pelas mãos de Divaldo, recomendando-lhe assumir as atividades que antes eram de Lygia Banhos, na época afastada por motivos de saúde. Foi então que Iracy ficou a par dos trabalhos com o bazar de doações e os materiais relacionados às atividades doutrinárias de Divaldo Franco no Brasil e no Exterior.

Com o tempo, a saleta que comportava os documentos careceu de espaço. Diante desse cenário, com ajuda de outros colaboradores, Iracy conseguiu, através de doações, a reforma do prédio que antes era o almoxarifado das antigas casas-lares, transformando-o num estilo de museu de extremo bom gosto.

Em 1998, tendo-a como grande entusiasta, o primeiro Acervo Técnico foi fundado, a partir do auxílio de doações externas; tempos depois, foi lançado o Acervo Técnico II, pois os inúmeros documentos, placas, diplomas, fotos, jornais, revistas, enfim, registros diversos que envolvem a Doutrina e Divaldo Franco continuaram a crescer.

Por fim, em 2011, com a colaboração do projeto elaborado por  Nilson de Souza Pereira, e com o mesmo intuito dos demais acervos, foi construído o Memorial Divaldo Pereira Franco, cuja contribuição prestada por Iracy foi e tem sido incalculável.

Ela deixou ainda o seu valoroso aporte na Casa Grande - casa central da instituição -, sendo uma das responsáveis por ela.

Tendo retornado ao cenário terrestre em 5 de março de 1933, os anos não a impedem de prosseguir em sua jornada de trabalho e luz.

Dados extraídos do artigo Sempre dar o melhor que nos é possível fazer, de Lívia Maria C. Sousa e da pt. 2, cap. Iracy Z. de Sant’anna, do livro Divaldo Franco: uma vida com os Espíritos, de Suely Caldas Schubert.
Em 10.4.2019.

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014