Rabindranath Tagore

Poeta, contista, dramaturgo e crítico de arte hindu; nascido em Calcutá.

 

Seu pensamento abriu novos caminhos para a interpretação do misticismo, procurando atualizar as antigas doutrinas religiosas nacionais; recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1913; principais obras poéticas : O Jardineiro, O Carteiro do Rei, e Pássaros Perdidos.

 

Tagore nasceu no dia 7 de Maio de 1861 em Calcutá. Ele foi o maior poeta moderno da Índia e o gênio mais criativo da renascença indiana.

 

Além de poesia, Tagore escreveu canções (letras e melodias), contos, novelas, peças de teatro (em prosa e verso), ensaios sobre diversos temas incluindo críticas literárias, textos polêmicos, narrativas de viagens, memórias e histórias infantis. Grande parte de sua obra está escrita em Bengali. Gitanjali (1912), uma tradução e interpretação de uma obra poética em Bengali do original Gitanjali de 1910 fez com que Tagore ganhasse o Prêmio Nobel de Literatura em 1913.

 

Colaborou em revistas americanas, tendo obras publicadas em francês, inglês e espanhol. Realizou conferências no Uruguai, Argentina, França, Estados Unidos. Recebeu o título de "Doutor Honoris Causa e Membro Honoris Causa" de universidades e associações do Brasil e outros países, e de Oficial da Legião de Honra da França e da Ordem do Leão Branco da Tcheco-Eslováquia.

 

Tagore morreu em 7 de agosto de 1941 na casa onde nasceu, em Calcutá.

 

Fonte: http://prossiga.bvgf.fgf.org.br/portugues/biografias/RabindranathTagore.htm


 

Músico, poeta, contista, teatrólogo e filósofo, publicou muitas obras de cunho místico e profundamente humano. Filho de uma família de reformadores religiosos e sociais, que a todo custo procurou libertar a Índia dos preconceitos milenares que esmagavam o povo.

 

Tagore é uma ocidentalização do nome que em sânscrito quer dizer "homem nobre", "senhor". Em casa era chamado de Rabi que no idioma dos seus quer dizer "o Sol".

 

Bem cedo se revelou artista profundamente identificado com a natureza, apaixonado pelo povo e, sobretudo aberto para o INFINITO. Com 8 anos de idade já fazia versos, aos 12 teve a satisfação de ver a sua poesia aprovada pelo seu venerando pai que exclamou: "Se o rei conhecesse a língua da nossa terra e pudesse apreciar-lhe a literatura, recompensaria por certo o poeta".

 

Com 15 anos foi para a Inglaterra estudar Direito, 3 anos após regressou à pátria a chamado da família. Ao regressar recebeu do pai a incumbência de administrar a propriedade da família.

 

Casou-se aos 23 anos. E, nesta época, já havia publicado 2 livros de poemas: Canções da Noite e Canções da manhã, com destaque para o poema O Despertar de uma Fonte.Bem como a novela para crianças O Sábio Real, que mais tarde serviu de tema à peça intitulada O Sacrifício..

 

Em 1901, com a venda de uma casa e das jóias da esposa, fundou uma escola superior de filosofia em Santiniketan, que depois foi transformada em Universidade, em 1921.

 

Recebeu o Prêmio Nobel de literatura em 1913 e tornou-se mundialmente famoso graças ao seu livro de poemas Gitanjali (Oferenda Lírica).

 

Aclamado por Gandhi como "o grande mestre" e reconhecido por todos os indianos como "o sol da Índia".

 

Nasceu em Calcutá, 1861, e faleceu em Santiniketan, Bengala, 1941.


 

Nada, nada havia na literatura lírica que se assemelhasse àqueles poemas de inexcedível sensibilidade e beleza mística. Não se conhecia muito sobre o autor, mas a verdade é que ali estava um livrinho, quase um folheto - "Gitânjali", "A Oferenda Lírica" -, capaz de, por si só, arrebatar às demais obras literárias, classificadas pela Academia Sueca, o Prêmio Nobel. E foi o que acabou por acontecer, a 13 de novembro de 1913, quase por unanimidade de votos. Depois o mundo literário veio a saber que o "Gitânjali" era apenas uma amostra da produção, escrita em bengali, do então desconhecido e já laureado hindu RABINDRANATH TAGORE.

 

Naquela época, uma nuvem escura envolvia nosso pobre planeta; uma atmosfera de ódio e incompreensão pesava sobre a humanidade: corriam os dias da primeira Grande Guerra. Mas, Divina Providência!, mesmo nas entranhas do inferno vão os anjos despertar os corações sofredores e empedernidos, suavizando-os com o bálsamo do esclarecimento, a mostrar-lhes o Caminho da Redenção... Assim, das margens do velho Ganges ecoou para o Ocidente aquele canto suave, pleno de esperança, fé e amor, como se o rio sagrado ampliasse seu leito até o infinito, fazendo com que suas águas milagrosas passassem a lavar, também, o resto do mundo, ao som do borbulhar macio de sua correnteza e da música dolente e mística das flautas de bambu, tocadas às suas margens por devotos, em busca de Brahma.

 

Tivessem os responsáveis pelo sanguinolento conflito ouvido também aquele canto oriental e a guerra não se teria travado, dando a humanidade gigantesco passo no caminho da evolução.

 

Os candidatos recomendados ao Prêmio Nobel, todos do mais alto nível intelectual, eram muitos naquele concurso, afigurando-se dificílima a escolha, antes de surgir, quase ao acaso, aquela delicada poesia, cheia de luz e encanto, a um tempo impetuosa e serena, vigorosa na fé e profunda na sabedoria. Os países civilizados fizeram-se representar, interessando-se alguns governos mais vivamente pelos respectivos aspirantes à glória máxima. Tagore, todavia, não chegou a considerar seriamente as alusões que ouvia sobre suas possibilidades. Na tarde daquele dia 13, regressava de uma excursão com seus discípulos, quando foi abordado por um estafeta, que lhe entregou despacho urgente de Estocolmo. O Mestre, distraído, colocou-o no bolso e continuou a conversar com os alunos. Mas o funcionário do telégrafo insistiu em que o telegrama fosse aberto. Foi então que os discípulos, jubilosos e emocionados, homenagearam o Mestre, que, embaraçado na sua humildade e apanhado de surpresa, explicava que a distinção era feita à Índia e não a ele.

 

Tagore, dali por diante, passou a ser lido e conhecido pelos ocidentais como escritor de grandes méritos. Sua bagagem literária já era enorme àquela altura. Mais tarde somaria, sem contar as escritas diretamente em inglês, cerca de duzentas produções em língua bengali, entre poemas, peças teatrais, contos, romances, ensaios, artigos e conferências, girando sobre os mais diversos assuntos filosóficos, políticos, econômicos, sociais e religiosos. Até hoje ainda não foi possível editar suas obras completas. Grande parte delas ainda permanece na língua original, para ser traduzida.

 

Os méritos de Tagore não se resumem, porém, na sua vasta obra literária; ele realizou muito de sua elevada aspiração, sempre acima de preconceitos religiosos e sociais, preparando algumas gerações de moços para uma vida maior. Nele sobressaía, ao lado do escritor, humanista e pintor, o educador emérito. Em 1901 criou a famosa escola ao ar livre de "Shantiniketan", em Belpur, Bengala. Ali iniciou importante experiência educacional, observando linhas não convencionais. Mais tarde a escola veio a se chamar "VisvaBhrati", com a divisa: "Yatra Viscam bhavati Eka-nidam" ( onde o mundo inteiro encontra seu ninho).

 

Como 13º filho do Maharshi Devendranath e neto do príncipe Dwarkanath Tagore, Rabindranath nasceu em Calcutá, Índia, a 6 de maio de 1861. Em sua terra natal deu os primeiros passos na educação escolar. Dotado de espírito inquieto e turbulento, não chegou a ser o que se pode chamar de excelente aluno. Havia, para si um maior aproveitamento no próprio lar paterno, onde se desenvolvia um clima de elevada cultura e sadia religiosidade. Amava a natureza e revelava tendência contemplativa, numa idade em que a criança pensa somente em folguedos. Seu pai era respeitado como "Maharshi" (o santo) e fazia parte do movimento Brahmo Samaj, iniciado em 1828 e que vinha revolucionando a vida religiosa da Índia, principalmente nas camadas mais cultas. Em 1839 Devendranath fundara o "Tatwabodhini Sabha", entidade destinada a divulgar a verdadeira religião hindu. Como se observa, Rabindranath nascera rodeado de um halo místico, que se revelaria em sua obra e nos seus ensinos.

 

Aos oito anos começou a transparecer nele a vocação poética. Sua primeira viagem foi um verdadeiro encantamento: visitou os Himalaias em companhia do pai. Em 1877 seguiu para a Inglaterra, a fim de estudar advocacia, mas acabou por dar preferência a um curso de literatura inglesa, na Universidade de Londres. Logo voltou à Índia, onde passou a escrever nos jornais e revistas. Embora sem o diploma universitário, não regressara de mãos vazias: ao seu ardor juvenil se juntavam agora novos conhecimentos e muita disposição para a literatura.

 

Voltou a visitar a Europa em várias ocasiões. Esteve também no Japão e nos Estados Unidos.

 

Aceitou o grau de nobreza inglesa, em 1915, mas a ele chegou a renunciar, em sinal de protesto aos métodos empregados pelos ingleses na repressão de distúrbios verificados no Punjab. No exato momento em que seu país, sob a liderança de seu grande amigo, o Mahatma Gandhi, lutava pela libertação do jugo inglês, Tagore pregava a harmonia e o respeito entre os povos, concitando-os a criarem um órgão onde o saber e a boa-vontade haveriam de triunfar, unindo todas as raças e credos. Condenava a escravização imposta pelas nações fortes e recriminava a agressividade do Ocidente, mas, imparcial em seus pontos de vista, não poupava seu próprio povo da recriminação, ao vê-lo enveredar por caminhos perigosos, empolgado por excessos de nacionalismo. Num de seus discursos disse:

 

"Tudo que é grande e verdadeiro na humanidade está à nossa porta, como um hóspede pronto para ser convidado. Não lhe devemos perguntar de que país vem; devemos apenas acolhê-lo e oferecer-lhe o que possuímos de melhor."

 

Uma das grandes figuras da humanidade, verdadeiro gênio e profeta, Tagore desencarnou a 7 de agosto de 1941, na avançada idade de 80 anos, vividos quase que inteiramente para o aperfeiçoamento moral e cultural da humanidade.


Nelson Afonso
em Filigranas de luz, Grupo Editorial Spiritvs, 1965.

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014