Vida atuante - Joanna de Ângelis
Até onde a imaginação humana alcance em reflexões e a vida lhe preceda ao fenômeno do momento, busca estar atuante na construção da ordem e do bem que são as bases do progresso para a Humanidade feliz do amanhã.

Experiências inumeráveis testemunham esta realidade nas mais variadas demonstrações de pesquisas humanas.

Graças ao empenho de mulheres e homens abnegados, missionários de Jesus que são, a sociedade terrestre tem conseguido entender que tudo obedece a uma diretriz que, não raro, escapa às mais acuradas observações.

Após a apresentação da Codificação Espírita no século XIX, nobres apóstolos da Ciência buscaram mergulhar nos fenômenos existenciais, comprovando-lhes a anterioridade espiritual.

A existência atual é resultado de outras experiências carnais ou vidas passadas, nas quais foram realizados ajustes orgânicos e emocionais aos fatores do mundo, condicionando o Espírito ao desenvolvimento dos infinitos valores que lhe jazem adormecidos.

Filho e herdeiro de Deus, possui os tesouros fabulosos que procedem da Divina Paternidade, enquanto aguarda os fatores mesológicos e evolutivos que lhe propiciem tal despertamento.

A partir das dúvidas dos investigadores do século XVII, culminadas com a separação da fé cega, então predominante na cultura da Humanidade, tornaram-se expressivas as possibilidades de conhecer-se o Universo sem místicas nem posturas proibitivas, permitindo penetrar-se nas suas origens fascinantes, e, com ele, a vida nas suas múltiplas expressões.

No século XX, aqueles mesmos herdeiros das investigações profundas retornaram ao planeta para dar continuidade aos estudos das memoráveis manifestações na condição de indestrutibilidade para a vida.

Por exemplo, o jovem psiquiatra tchecoslovaco Stanislav Grof, aos 25 anos, realizando experiências na Faculdade de Medicina de Praga, com pacientes esquizofrênicos, aplicou-lhes o ácido lisérgico número 20 e os conduziu a um estado alterado de consciência, no qual os examinados retrocediam a experiências que faziam parecer vidas passadas, Nessas, relatavam os comportamentos criminosos que praticaram, razão pela qual ora se apresentavam com os sérios distúrbios psiquiátricos.

O nobre investigador, que ainda continua na atualidade, resumiu suas pesquisas no livro Além do cérebro, demonstrando que é possível pensar sem esse notável aparelho, portanto, por mecanismo extracerebral.

De igual maneira, penetrando os escaninhos da morte, a célebre Dra. Elisabeth Kübler-Ross constatou a vida em triunfo, mesmo nos cenários lacrimosos dos velórios assim como fora deles, em toda parte.

O eminente Dr. Carl Rogers não evitou a exaustão em suas buscas para confirmar a sobrevivência da vida à disjunção molecular.

A lista é imensa e continua vasta na investigação da Imortalidade do Espírito.
Mesmo o pai da psicologia analítica, Carl Jung, não conseguiu negar a possibilidade de decorrências causais nas denominadas coincidências, que demonstram forças inteligentes, na ocorrência fascinante do que designou como sincronicidade.

Por mais se busquem fugas intelectuais para tudo reduzir ao caos do princípio, esse mesmo caos é portador de infinitas possibilidades na sua produção.

O cotidiano das criaturas humanas demonstra essa realidade em princípios éticos de fundamental importância para a existência.

A mente interfere no corpo e este naquela por meio de sutis vinculações que proporcionam paz, saúde ou desajuste. Por esta razão, toda a engrenagem psicofísica do ser humano se estrutura em leis que vigem e se expandem no Universo.

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Não te encontras reencarnado na Terra por qualquer tipo de capricho do acaso.

A tua existência, cujos pródromos se encontram em recuados tempos do processo da evolução, avança conforme as ocorrências da fatalidade, que é o determinismo da evolução.

Jamais ocorrem fenômenos que não possuam causas anteriores para a sua atual produção.

Aproveita cada momento do teu existir e executa a parte que te diz respeito na orquestração sinfônica da vida.

Se hoje os desafios são identificados como dores e sofrimentos, refaze a tua organização mental e busca encontrar onde estão os fios do tecido afligente que te desgasta. Entretanto, se te sorriem a saúde e a paz envolvendo-te em bênçãos, reparte a alegria do bem e esparze esperança onde estejas.

Há luz que brilha em tua volta de que não te dás conta. Beneficia-te da claridade a fim de enxergares melhor os objetivos essenciais do existir.

Desta forma, não lamentes aquilo que denominas como desgraça e provação, pois que fazem parte do teu esquema de aprendizagem e isto ninguém pode fruir por ti, evitando-te experiências benéficas e necessárias.

Ninguém atinge o acume de um monte, sem que antes atravesse as baixadas perigosas.

Trabalha a dor, refaze o percurso vencido, desenhando novos rumos.

A mente humana procede da divina e nela estão inscritas as páginas do imenso livro das tuas conquistas, ora relevantes pelo padecimento e, em momentos outros, gloriosas pelas realizações.

Alegra-te, permitindo que o júbilo produza paisagens de inefável beleza para o coração.

Nunca te facultes perder a oportunidade criadora, edificante e produtiva.

Quando facultes que o pessimismo se te assenhoreie, sintonizas com ondas desorganizadas à tua volta, que te afetarão a conduta.

Assim, bendize a dor e o serviço de edificação evitando a hora vazia, esse espaço que permite o desgaste da coragem e da beleza.

Lembra-te de Jesus cantando o Sermão da Montanha, num entardecer inolvidável, demonstrando como é possível experienciar-se uma vida feliz.

Tem também na lembrança as Suas palavras finais na cruz, em outra tarde inolvidável, e aguarda em confiança o amanhecer do novo dia.

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A madrugada da Ressurreição é o prelúdio da Imortalidade do Espírito no tempo e no espaço, trabalhando a glória da vida em abundância e plenitude.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, em sessão mediúnica
na noite de 1º.8.2022, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia.
Em 5.1.2023.

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014