José Carneiro de Campos
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Mesmo sem termos, por enquanto, qualquer resposta para essa indagação, podemos presumir que na Espiritualidade era alguém com bagagem intelecto-moral expressiva, conquistada no passado remoto e que lhe serviria de suporte para a atual experiência reencarnatória.
Entre as referências familiares que o influenciaram e ampararam destacam-se: ilustres estadistas e titulares como o Dr. José Joaquim Carneiro de Campos, Marquês de Caravelas, que, estando no Reino, acompanha a família real portuguesa ao Brasil e foi um dos dez redatores da nossa Carta Constituinte, Senador e três vezes Ministros e, em seguida à abdicação de D. Pedro I, foi eleito para fazer parte da regência; o Dr. Francisco Carneiro de Campos, Senador e Deputado à Assembleia Constituinte de 1823; e o coronel Frederico Carneiro de Campos, vítima de Francisco Solano Lopez, em novembro de 1864, quando seguia no paquete brasileiro Marquez de Olinda, com destino a Mato Grosso, onde ia assumir as funções de seu Presidente.1
Tendo em seu entorno uma estrutura familiar segura e inspiradora, colou grau de doutor em Medicina, em 1878, pela Faculdade de Medicina da Bahia.
Em 1882, foi Preparador interino de Anatomia e Fisiologia Patológicas.
Em 1883, fez concurso para professor da mesma cadeira, tendo como concorrente o Dr. Antônio Pacheco Mendes. Ambos foram aprovados, mas nenhum foi nomeado em face das exigências legais.
Em 1888, depois de novo concurso, foi designado Preparador efetivo.
Em 5 de março de 1891, tomou posse como Lente Substituto da 3ª Seção.
Estando vaga a cadeira de Anatomia Descritiva em virtude do falecimento do Dr. Alexandre Afonso de Carvalho, o Dr. José Carneiro de Campos foi nela provido por Decreto de 3 de julho de 1895. Assim permaneceu até 1919, ano do seu falecimento, no dia 20 de maio.
Faz parte ainda do seu currículo uma viagem de estudo à Europa, onde fez cursos de Especialização com renomados professores, frequentando vários serviços.
É autor da Memória Histórica da Faculdade de Medicina, referente ao ano de 1905.
Segundo Sá Oliveira, o Dr. José Carneiro de Campos foi um cidadão nobre, tendo revelado durante toda sua vida um caráter superior, vasta cultura e boníssimo coração.2
Tendo essas qualidades praticadas e desenvolvidas durante os seus 65 anos de existência humana, com a sua desencarnação, reconhecendo-se como Espírito imortal, houve nele um maior impulso para mais enobrecer-se, ampliar o seu caráter superior e sua vasta cultura e usar mais ainda o seu boníssimo coração para amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Com esse propósito, eis que ele retorna ao contato mais próximo com seus semelhantes, irmãos da Humanidade encarnada, por intermédio de mensagens psicografas pelo médium Divaldo Pereira Franco, a maioria delas inseridas nos livros Crestomatia da Imortalidade (publicado em 1969) e Sementes de vida eterna (publicado em 1978), nos quais se percebe claramente os conceitos do Cristianismo e do Espiritismo, bem como uma visão da saúde e da medicina com base em mecanismos espirituais e no ser imortal que somos.
Esta sua nova visão do binômio saúde/doença é bem evidenciada na obra mediúnica intitulada Trilhas da libertação, também psicografada por Divaldo Franco, em que o autor espiritual Manoel P. de Miranda aproveita os significativos conhecimentos teórico-práticos dele acerca da Medicina do Além, com ênfase na contribuição da Doutrina Espírita, para a compreensão e uso da chamada Medicina Holística.
Sem dúvida, a grandeza do Dr. José Carneiro de Campos foi reconhecida por seus dotes intelectuais e morais, especialmente na carreira acadêmica pela qual alcançou o nível mais alto como Professor Catedrático de Anatomia Descritiva da Faculdade de Medicina da Bahia.
Permanece uma curiosidade que poderá ser atendida no futuro: sobre o seu contato com a Doutrina Espírita e com o médium Divaldo, numa bela parceria na causa do bem.
Em 20 de maio de 2018 ele completou 99 anos de desencarnado.
Fonte: Presença Espírita, maio/junho 2018, ed. LEAL.
Em 13.6.2018.
Em 13.6.2018.
© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014