Amalia Domingo Soler
No dia 30 de novembro de 1835, em Sevilha, Espanha, reencarnava Amalia Domingo Soler, que desencarnava na madrugada de 29 de abril de 1909, em Barcelona, naquele mesmo país, vítima de uma broncopneumonia, que a prostrou tuberculosa.

Filha de um lar modesto, não obstante, aos cincos anos de idade, já lia corretamente e, aos dez, começava a escrever versos. Tornou-se costureira desde cedo, dedicando-se à poesia, nas horas de folga, publicando seus primeiros poemas aos dezoitos anos.

Pertinaz enfermidade dos olhos, fez dela, jovem mensageira, com a qual ganhava seu sustento.

Amargurada e no estertor da agonia pensou no suicídio como solução para o drama que a dominava.

Num templo evangélico encontrou-se com Engracia, alma piedosa e boa que a encaminhou a excelente oftalmologista, o Dr. Hyseme, que dela se compadeceu ao constatar que seu mal não tinha cura.

Sabes quem poderá dar uma explicação aos teus problemas? Uns loucos que creem que a alma sobrevive à morte do corpo.

Aprofundou-se em explicações e leu, para ela, vários artigos de um periódico chamado El Critério. Ele, materialista, era as mãos da Divindade levando-a ao Espiritismo...

Amália entusiasmou-se escutando as lições de Espiritismo. Certa manhã, estando em casa, sentiu uma sensação dolorosa na cabeça. Parecia que ela se enchia de neve... Então, gritou: Luz! Luz! Luz é o que desejam meus olhos d’alma; de luz necessito, meu Deus!...

Então chorou copiosamente, sentindo imensa felicidade. Ao acercar-se de um espelho descobriu que voltava a ver. Recuperada a visão, passou a ler as obras de Allan Kardec. Como não podia comprar os periódicos espíritas, passou a colaborar neles e isto agradou, imensamente, aos leitores. No dia 4 de abril de 1874, diante de seleto auditório, leu seu primeiro trabalho Las Verdades Espíritas, conseguindo uma ovação demorada. Fiel e apaixonada, dedicou-se ao trabalho de divulgação.

Na Espanha, a intolerância religiosa perseguiu-a e a difamação assomou, nos púlpitos das igrejas, contra o Espiritismo.

Amália se levantou defendendo a Doutrina através do periódico Comércio de Barcelona. O sacerdote acusador foi rapidamente derrotado.

Deixou livros e escritos notáveis, como Reencarnação e vida, Memórias do Padre Germano, Minha vida.

Em 26.9.2020

© Federação Espírita do Paraná - 20/11/2014